
4000 a.C., em algum lugar no meio dos desertos do antigo Egito, onde se
terminava a última das pirâmides. Explosões e gritos de desespero ecoam pela paisagem, e um tornado de fúria transforma a cidade em ruínas. Pode-se ver aldeões e soldados se reunindo para impedir o que quer que seja o causador daquilo.
Ouvem-se gritos da multidão: “Parem-no!”. “Saia já daqui!” e “Acabem com ele!”. Logo em seguida ouve-se gritos de fúria e desespero. Vê-se então o vulto de algo gigantesco sem aspecto humano, portando uma arma colossal.
A criatura exclama em frenesi: “Vocês não percebem que a única coisa que estão fazendo é me atrasar?!”. Enquanto diz isso, do outro lado uma voz calma, porém séria e com um fundo de decepção surge: “Era só isso que eles estavam fazendo mesmo, irmão!”.
A criatura urra de raiva e excitação, e murmura: “O que faz aqui, Nasus?”. Nasus então abaixa a cabeça com desprezo, e repica: “A pergunta é: O que você está fazendo aqui, Renekton?”. Um trovão ecoa pela voz de Nasus.
Renekton sorri e enche o peito para afirmar: “Vim para me tornar finalmente um Deus, algo que eu já deveria ter me tornado há muito tempo!”
O canino nem sequer demonstra emoção, e com palavras frias declara: “Se alcançar os pergaminhos é o que desejas, terei de fazer meu papel de irmão mais velho, e te dar uma lição para a vida, ou melhor, para a morte!”.
Nasus gira seu bastão, e os ventos em volta trovejam e trincam a dimensão. Poder é tamanho que, ao parar, um círculo de energia se forma em volta do mesmo.
Renekton arregala os olhos impressionado. “Por que obedece a esses humanos idiotas e frágeis? Juntos, poderíamos ler os pergaminhos sagrados e nos tornar divinos! Poder ilimitado e vida eterna!”.
Nasus se mantém calmo e firme: “Para ser um Deus, você deve merecer isso, e não dominar. O dia em que os Deuses nos guiarem até o templo, poderemos então, ler os pergaminhos. Enquanto esse dia não chegar, defendê-lo-ei com todas as minhas forças. E pode ter certeza, que não são apenas em idade que tenho milhares de diferença de anos de você”.
Renekton cospe no chão e ri enquanto fala: “Não se esqueça irmão tolo, que o crocodilo nasce naturalmente mais forte que o cachorro! O que você demorou cinco mil anos para masterizar, eu já dominei 100%!”
O chão treme, trinca e levanta. Se as pedras tivessem bocas, elas provavelmente estariam gritando agora. Os céus avermelham-se como sangue, e o sol se esconde. Renekton duplica, triplica de tamanho; sua massa se torna brilhante e firme, parecendo aço. Seus olhos por um momento lacrimejam sangue, e sua pupila dilata. Renekton assume a forma completa da Fúria.
Nasus demonstra-se surpreso, porém, mantém-se firme. Toma tempo para falar, porém Renekton avança insaciável. Cinco, seis golpes; e um corte é feito no ombro esquerdo de Nasus. Sangue escorre pelo braço do cachorro, que não perde tempo murmurando algum sentimento de dor.

Nasus acompanha todos os golpes de seu irmão, enquanto acumula energia em seu bastão. Após esquivar todas as tentativas de Renekton, desce seu bastão com velocidade, e com um único golpe trinca o elmo de Renekton.
Nasus exclama ofegante: “O crocodilo pode possuir dez vezes mais força e audácia que o cachorro, mas ao mesmo tempo possui dez vezes menos cautela. Você não passa de um moleque com braços fortes. Nem sequer possui experiência de batalha... Sinto-me subestimado”.
Renekton ergue sua lâmina, corta a perna e o peito de Nasus. Cospe o sangue acumulado em seus dentes e com um tom sarcástico afirma: “Lembre-se irmão, de como os crocodilos podem ser traiçoeiros também!”.
Nasus tosse duas ou três vezes um pouco de sangue, e com um suspiro e um sorriso de meia face afirma: “Traiçoeiros e tolos, olhe para si. É isso que chamas de dominar a forma divina?”.
Renekton percebe então que seus olhos não ofuscam mais, que não é mais tão grande e nem tão forte. A fúria some de seu corpo e sua expressão se torna normal.
O sol volta ao céu, e tudo se torna como antes, menos a expressão no rosto de Renekton que se altera. Altera-se para uma expressão de medo.
Renekton fica mudo. De ofensivo, passa a ficar defensivo, e seus olhos nem pensam em desfocar-se de seu irmão.
Nasus olha diretamente para Renekton, e em questão de segundos, a paisagem começa a mudar novamente. Os céus se tornam tão escuros que não se consegue ver nada a mais de cinco metros de distância. As areias do deserto seguem cada movimento de Nasus, até mesmo o fechar de suas pálpebras. Ao contrário da energia de Renekton, a de Nasus não expele o ambiente, e sim o atrai. O ambiente parece até ter se tornado parte do corpo de Nasus.
Por um momento, tudo para; não há vento, não há som. Tudo parece calmo... Essa é a forma completa da Paz.
O mundo se torna cinza então, e Nasus direciona sua mão à Renekton, que se torna frio e imóvel. Nasus gira seu bastão acumulando energia, e diz suas ultimas palavras à seu irmão: “A vida faz parte de um ciclo, o seu, acabou!”.
Codinome Losa ( Wallace Losa), Colunista e escritor de fanfics.
Onde esta o restante da história?
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