6 de mar. de 2012

The Book of Lost Tales [001] - The Bloodbrothers.



4000 a.C., em algum lugar no meio dos desertos do antigo Egito, onde se 
terminava a última das pirâmides. Explosões e gritos de desespero ecoam pela paisagem, e um tornado de fúria transforma a cidade em ruínas. Pode-se ver aldeões e soldados se reunindo para impedir o que quer que seja o causador daquilo.
Ouvem-se gritos da multidão: “Parem-no!”. “Saia já daqui!” e “Acabem com ele!”. Logo em seguida ouve-se gritos de fúria e desespero. Vê-se então o vulto de algo gigantesco sem aspecto humano, portando uma arma colossal.
A criatura exclama em frenesi: “Vocês não percebem que a única coisa que estão fazendo é me atrasar?!”. Enquanto diz isso, do outro lado uma voz calma, porém séria e com um fundo de decepção surge: “Era só isso que eles estavam fazendo mesmo, irmão!”.
A criatura urra de raiva e excitação, e murmura: “O que faz aqui, Nasus?”. Nasus então abaixa a cabeça com desprezo, e repica: “A pergunta é: O que você está fazendo aqui, Renekton?”. Um trovão ecoa pela voz de Nasus.
Renekton sorri e enche o peito para afirmar: “Vim para me tornar finalmente um Deus, algo que eu já deveria ter me tornado há muito tempo!”
O canino nem sequer demonstra emoção, e com palavras frias declara: “Se alcançar os pergaminhos é o que desejas, terei de fazer meu papel de irmão mais velho, e te dar uma lição para a vida, ou melhor, para a morte!”.
Nasus gira seu bastão, e os ventos em volta trovejam e trincam a dimensão. Poder é tamanho que, ao parar, um círculo de energia se forma em volta do mesmo.
Renekton arregala os olhos impressionado. “Por que obedece a esses humanos idiotas e frágeis? Juntos, poderíamos ler os pergaminhos sagrados e nos tornar divinos! Poder ilimitado e vida eterna!”.
Nasus se mantém calmo e firme: “Para ser um Deus, você deve merecer isso, e não dominar. O dia em que os Deuses nos guiarem até o templo, poderemos então, ler os pergaminhos. Enquanto esse dia não chegar, defendê-lo-ei com todas as minhas forças. E pode ter certeza, que não são apenas em idade que tenho milhares de diferença de anos de você”.
Renekton cospe no chão e ri enquanto fala: “Não se esqueça irmão tolo, que o crocodilo nasce naturalmente mais forte que o cachorro! O que você demorou cinco mil anos para masterizar, eu já dominei 100%!”
O chão treme, trinca e levanta. Se as pedras tivessem bocas, elas provavelmente estariam gritando agora. Os céus avermelham-se como sangue, e o sol se esconde. Renekton duplica, triplica de tamanho; sua massa se torna brilhante e firme, parecendo aço. Seus olhos por um momento lacrimejam sangue, e sua pupila dilata. Renekton assume a forma completa da Fúria.
Nasus demonstra-se surpreso, porém, mantém-se firme. Toma tempo para falar, porém Renekton avança insaciável. Cinco, seis golpes; e um corte é feito no ombro esquerdo de Nasus. Sangue escorre pelo braço do cachorro, que não perde tempo murmurando algum sentimento de dor.
O crocodilo sorri confiante e exclama com audácia: “Assuma logo sua forma divina, se não nem terá graça!”. Renekton então avança novamente em seu irmão, com uma única coisa em mente: Matar.
Nasus acompanha todos os golpes de seu irmão, enquanto acumula energia em seu bastão. Após esquivar todas as tentativas de Renekton, desce seu bastão com velocidade, e com um único golpe trinca o elmo de Renekton.
Nasus exclama ofegante: “O crocodilo pode possuir dez vezes mais força e audácia que o cachorro, mas ao mesmo tempo possui dez vezes menos cautela. Você não passa de um moleque com braços fortes. Nem sequer possui experiência de batalha... Sinto-me subestimado”.
Renekton ergue sua lâmina, corta a perna e o peito de Nasus. Cospe o sangue acumulado em seus dentes e com um tom sarcástico afirma: “Lembre-se irmão, de como os crocodilos podem ser traiçoeiros também!”.
Nasus tosse duas ou três vezes um pouco de sangue, e com um suspiro e um sorriso de meia face afirma: “Traiçoeiros e tolos, olhe para si. É isso que chamas de dominar a forma divina?”.
Renekton percebe então que seus olhos não ofuscam mais, que não é mais tão grande e nem tão forte. A fúria some de seu corpo e sua expressão se torna normal.
O sol volta ao céu, e tudo se torna como antes, menos a expressão no rosto de Renekton que se altera. Altera-se para uma expressão de medo.
Renekton fica mudo. De ofensivo, passa a ficar defensivo, e seus olhos nem pensam em desfocar-se de seu irmão.
Nasus olha diretamente para Renekton, e em questão de segundos, a paisagem começa a mudar novamente. Os céus se tornam tão escuros que não se consegue ver nada a mais de cinco metros de distância. As areias do deserto seguem cada movimento de Nasus, até mesmo o fechar de suas pálpebras. Ao contrário da energia de Renekton, a de Nasus não expele o ambiente, e sim o atrai. O ambiente parece até ter se tornado parte do corpo de Nasus.
Por um momento, tudo para; não há vento, não há som. Tudo parece calmo... Essa é a forma completa da Paz.
O mundo se torna cinza então, e Nasus direciona sua mão à Renekton, que se torna frio e imóvel. Nasus gira seu bastão acumulando energia, e diz suas ultimas palavras à seu irmão: “A vida faz parte de um ciclo, o seu, acabou!”.




















Codinome Losa ( Wallace Losa), Colunista e escritor de fanfics.

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