6 de jun. de 2012

The book of lost tales [006] - The Blue Blood.




Ashe sai então do conselho sem despedidas. Adianta-se e logo ao terminar de descer as escadas ouve do alto: "Espere, eu vou com você!". Se vira então para descobrir à quem pertence a voz, enquanto pergunta com ar de pressa: "Quem é você?". A mulher repica-lhe então enquanto desce a escada, notando a pressa da arqueira: "Pode me chamara de Katarina. Soube que sua missão é de grande interesse para o general, então, pretendo te acompanhar...". A arqueira vira-se com indiferença enquanto Katarina se pergunta o que deve fazer, mas logo sua duvida é sanada com o comentário jogado ao vento: "Como você me informou que iria ao invéz de me pedir, não posso te impedir. Logo, faça como quiser, eu estou partindo!".
Katarina se adianta para tomar o ritmo de Ashe, e com um sorriso curioso comenta: "O rapaz parece importante para você.". Os olhos da arqueira congelam o interior da filha do general, e com áspereza: "O suficiente. O problema é que não gosto de ninguém cometendo erros, e ir à Zaun é a pior coisa que ele poderia fazer no momento.". Katarina franse a testa e com a mesma educação devolve: "Você pretende matá-lo?". Ashe então perde até a velocidade da caminhada exclusivamente para encarar Katarina: "Por quê? Você por acaso pretende?". A garota abaixa o tom imediatamente e com muita calma se expressa: "Só em última estância...".A arqueira simplesmente ignora a presença de sua acompanhante e acelera o passo, direcionando-se à uma vila que se forma no horizonte.
Ao chegar na vila, logo procuram uma estalagem para hospedar-se. Sem sucesso, entram então em uma taverna para obter informações. Apenas duas pessoas se mantém dentro do local, dando um ar de abandono para a eslatagem. Ashe aproxima-se do bar e pergunta: "Onde posso me hospedar nessa vila, senhor? Não encontrei nenhuma pousada."
O barman sorri com dentes de ouro:  "A senhorita não é daqui pelo jeito, não?". A mesma confirma com a cabeça. O barman então explica: "Vê aquela montanha no horizonte? Nela habita um ser que vaga por esta área à noite, e quem estiver na cidade nesse horário será sua caça. Por isso, à partir das seis horas, todos voltam para os arredores de Noxus. Sendo assim, não há necessidade de uma estalagem."
Uma mulher se levanta no fundo do salão e ajeita os óculos: "Não se preocupe em dormir aqui esta noite, mulher. Esta será a última noite dessa besta!". Katarina logo se intromete: "E você é quem para afirmar isso?". A mulher fita a ruiva como quem a conhecesse bem, e sorri para se apresentar: "Pode me chamar de Vayne. E qual seria o seu, Noxiana?". Franzindo a testa, ela repica com irônia: "Ah, entendo. Não se preocupe Ashe, temos uma demaciana para salvar o dia novamente!". Vayne ri e exclama confiante: "Pode-se dizer que sim!".Vayne então lança algumas moedas douradas com o brasão de Demacia marcados e abre a porta arrumando o cabelo bagunçado pelo vento: "Então Ashe, se estiver interessada no caso, aguardarei no mirante o anoitecer..."
Ashe demonstra interesse, mas não deixa evidente para a mulher. Vira-se como quem não se importasse: "Garçom, me traga algo amargo e frio.". O garçom olha todas a garrafas como quem estivesse aguardando ser chamado por elas, e escolhe duas. Se aproxima da bancada enquanto mistura as duas: "O transparente é para ajudar-te por dentro, e o verde é para ajudar-te por fora. Suponho que precisará disso para esta noite."Ashe vira o drink em apenas um movimento e com outro puxa algumas moedas do bolso. Agradece com um sorriso, e senta-se no canto.
Katarina para a mão na altura do estômago, como se estivesse tentando contê-lo. Levanta a mão chamando o garçom, que logo se antecipa e traz alguns petiscos, junto de uma pequena garrafa com um líquido azul: "Essa é por conta da casa. Porém, precisarei que saiam em dez minutos, pois logo o sol irá se por, e gostaria que eu fosse bravo como vocês." Ambas se adiantam então para terminar a refeição. Levantam e dão um tchau rápido enquanto abrem a porta. Ashe olha para o horizonte fitando o mirante e marcha firme na direção do mesmo. Katarina levanta as sombrancelhas com indiferença e como quem não tem nada a perder segue a arqueira.
Lentes brilham com o último feixe de luz na janela do mirante. As mesmas são ajeitadas com a mão e pode ser notado um pequeno sorriso formando-se no rosto da mulher. Pode-se notar que o silêncio já predomina na vila, e até o barman já havia ido embora.
As duas sobem no mirante e encontram Vayne fazendo os últimos ajustes em sua arma. Aponta-a para as montanhas, levanta e direciona-se à escada. Joga seu sobretudo por cima das armas. O sobretudo passa uma sensação de transparência, como se Vayne fosse desaparecer se ela ficasse parada. Ao chegar no térreo, Vayne aponta cada bifurcação da rua para uma das garotas.
Ashe corre e agacha perto de um pequeno arbusto, tornando-se imperceptível. Katarina entra em uma das construções e observa pela janela. Vayne anda calmamente pelo meio da rua, sem tentar se esconder. As duas se perguntam qual o plano da demaciana, pois pode-se ver que seu braço treme de adrenalina e insegurança.
A lua brilha, e o vento acaricia o rosto de Vayne. Nem os coiotes ousam uivar no horizonte. A falta de iluminação da vila causa ansiedade e uma fisgada de medo no estômago. Portas e janelas batem de hora em hora devido à força do vento, e pequenos redemoinhos se formam. Porém, tudo é ceifado por uma risada insana carregada pela brisa. Todos então se preparam para a visita tão aguardada.
No fim da rua pode-se ver um homem elegante caminhar com calma e as mãos no bolso. O mesmo sorri para Vayne, fixando o olhar na mulher como se a quisesse para ele. Sente-se o cheiro de um perfume forte vindo do ser, que parece se misturar com sangue e desgraça. O homem tira as mãos do bolso com a mesma delicadeza com que caminha. Suas unhas são compridas e afiadas. Sua mão treme como quem estivesse tentando se conter. O homem se aproxima de Vayne quase beijando-a; lambe os próprios lábios e acaricia o rosto da mulher com a leveza do vento. Sorrindo pergunta:  "Gostaria que a senhorita me informasse o nome do prato da noite."
Vayne lança o sobretudo para o alto e em meio segundo saca sua balista. Mas antes que pudesse mirar é lançada com força descomunal para longe, atingindo um pilar de madeira de uma das construções, que se quebra imediatamente. Em um piscar de olhos Vayne se ve erguida por uma das mãos do homem: "Começarei novamente. Prazer, chame-me de Vladmir. Qual seria seu nome?"
Duas flechas congeladas são lançadas do horizonte, vindo pelas costas do vampiro, que quando tenta se desviar é acertado no ombro e na costela. Vladmir vira o olhar para Ashe enquanto é encurralado por outra chuva de flechas. Vladmir então coloca Vayne à sua frente, usando-a de escudo. Uma das flechas passa riscando o rosto da mulher e outra lhe acerta a coxa. Um pequeno gemido pode ser ouvido do pescoço inforcado da mulher.
Ashe imediatamente abaixa o arco, sabendo que se ela tentar outro ataque pode só atrapalhar. Mas antes que guardasse a flecha, uma adaga bate em um barril e ricocheteia em uma maçaneta de ferro, terminando o percurso nas costas de Vladmir. O mesmo solta Vayne e recua imediatamente, ficando de frente com as três. Vladmir aproveita o breve momento para remover as flechas e a adaga do corpo, que deixam feridas fortes na criatura. Porém, antes que pudesse sangrar, as feridas se fecham novamente, como se nunca tivessem existido.
Ashe observa atentamente o ocorrido e tenta outro ataque. Três, quatro flechas fincam-se com velocidade no peito do homem, que exclama com dor. Porém o mesmo se repete, arrancam-se as flechas e as feridas se fecham. Com um sorriso de sede afirma: "Vocês ainda não perceberam que suas armas são inúteis?". Katarina se desespera e senta no chão sem esperanças: "É o fim, jamais pararemos ele!".
Vladmir sorri olhando para Katarina, e em um segundo fica frente a frente com a garota. Com delicadeza sussurra: " Que bom que você sabe, querida. Porém, não gosto de covardes. Então, você será a primeira.". Agarra-a pelo ombro e posiciona-a em sua frente, protegendo-se de qualquer investida. Vladmir lambe o pescoço da Noxiana e enquanto sorri diz: "Bon apetit!".
Antes que Vladmir pudesse fazer algo, Vayne rola e dispara, cortando o canto esquerdo de seu rosto.Vladmir geme de dor, e pode-se ver que seu rosto queima como se a flecha tivesse sido banhada em óleo fervente. O vampiro desespera-se e exclama com fúria: "Maldita água benta!". Vayne sorri e com o olhar confiante dos Demacianos exclama: "A derrota só é iminente para aqueles que já a consideraram assim!".
O vampiro aperta com brutalidade os pulsos de Katarina, quebrando um deles, e avança com rapidez na caçadora. Vladmir desfere um soco singular, que é defendido, porém empurrando Vayne à quase dois metros de distância. Avança novamente sem brechas, mas de forma estranha não consegue se mover direito. Vladmir olha seu pé e nota que o mesmo fora congelado, e se perguntando o que foi aquilo fita a arqueira nos olhos, que brilham cor de gelo.
A arqueira sorri: "Se não posso te matar, posso pelo menos te atrapalhar!". Uma chuva de flechas de gelo são lançadas de seu arco, atingindo Vladmir em diversas partes, congelando-as. No mesmo momento, Vayne saca a balista e mira. Puxa o gatilho, porém nota que sua arma está emperrada, impedindo-a de lançar o golpe final. Sem perder o impulso saca uma adaga prateada, com escrituras estranhas marcadas nela.
Vayne avança com velocidade e se lança para matar. Porém, em um movimento rápido, Vladmir fura seu próprio braço e lança seu sangue encima da mulher. A mesma rola para o lado porém ainda é atingida por algumas gotas. Vladmir cerra os punhos fazendo força e o sangue que está na pele da mulher volta para o mesmo, arrancando a pele que encostou. O sangue então volta para o corpo do vampiro e fecha a ferida da mesma forma que fechara anteriormente.
O tempo congela e o ambiente se torna frio. Os olhares então se voltam para a luz que é emitida de longe. Ashe novamente, lança sua imensa flecha congelante, rasgando a dimensão, rumo ao vampiro. Vladmir arregala os olhos e se prepara. Ashe ajoelha-se exausta, apenas observando a rota da flecha. Porém, seu rosto não expressa alegria.A flecha que acabara de lançar segue rumo ao horizonte, enquanto a única coisa que se vê é uma poça de sangue que se formou no lugar do alvo. A poça então assume novamente a forma do vampiro, retirando todas as esperanças da arqueira.
O vampiro se move como um flash e arremessa a arqueira, que nem tempo de reagir teve. Logo no mesmo segundo, avança para Vayne, que está ajoelhada e respirando ofegante. Vladmir sorri e pergunta: " Não foi você quem disse que a derrota só é para os que já à denominaram assim? De qualquer jeito, negativo é meu tipo favorito.". Vayne se levanta lentamente, e ergue o rosto encarando o vampiro, sussurrando algumas palavras que provavelmente terminam uma frase, e fazem os céus vibrarem como se fizessem parte da mulher: "... Em nome do senhor, Amém!".
Vladmir não se mostra contente, mas antes de agir, fios prateados surgem do chão, cortando tudo em volta de Vayne. Os fios são movidos com tanta violência que ao encostar no vampiro, cortam-o como papel e travam-no sem liberdade nem para respirar. As linhas param de se mover, e pode-se notar que formam o símbolo de Demácia no chão. Vayne então sorri e saca sua adaga. Katarina congela e o inconformismo marca os olhos da garota, que sussurra: "Essa mulher... Ela leu o livro do Rei!".
Vayne logo se adianta e arranca fora a cabeça do vampiro. Os olhos da besta se queimam e escurecem como cinzas de fumo. Logo em seguida  as partes de seu corpo se desintegram, sumindo com o vento. A única coisa que resta é um colar com uma pedra estranha, com o núcleo esverdeado que parece conter toda a vida do planeta dentro.Vayne o segura com força, e sussurra: "O colar da regeneração está nas mãos de Demácia finalmente.".Ashe sorri estirada no chão, e Katarina, que estivera ausente a batalha inteira, não parece gostar da novidade. Vayne se ajoelha em frente a garota, e passa o colar pelo pescoço da mesma: "Por hoje, este te pertence, até que seus pulsos estejam de volta no lugar.".
Vayne então deita-se em um degrau da rua, que provavelmente foi o único lugar que seu corpo cansado alcançou, e boceja enquanto fecha os olhos, desmaiando em seguida. Alguns murmuros ainda podem ser ouvidos pelas duas, algo que ela deve ter dito como: "Bom trabalho, e até o amanhecer.".












Codinome Losa ( Wallace Losa), Colunista e escritor de fanfics.   

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